sábado, 19 de novembro de 2011

O NADA É QUASE TUDO


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Compartilho com vocês. Vamos refletir.



Quase todo o Universo é formado de puro vazio. 

Esse vazio completo - O Nada - é muito mais pesado que todo o resto do Cosmo.

Especialistas de várias universidades americanas, com base em imagens da radiação de fundo do Universo - o brilho que sobrou do Big Bang - chegaram a conclusão de que, se tirarmos tudo o que é possível do Cosmo, toda a matéria, micróbios, rochas, animais, galáxias, átomos, luz, ele ainda continua pesando três quartos do que pesava antes, para ser preciso, restam 73% da massa original.

Nenhuma pessoa sensata aceitaria a sugestão de que essa é a massa do nada. Só que físicos, cosmologistas, astrônomos não são pagos para terem bom senso - sua obrigação é investigar o Cosmo com todo rigor e descobrir do que ele é feito, por mais estranho do que possa parecer. Eles estão há muito tempo, convencidos de que mesmo num lugar vazio, existe alguma coisa.

Esse paradoxo é o mais impressionante e assustador de todos os pesadelos para o velho e cada vez mais distante sonho da humanidade - o de decifrar os segredos do Cosmo. As descobertas são mais um golpe duro no orgulho da humanidade. 

Até porque entre aqueles 27% que sobram quando excluímos o nada, 23% são, na verdade, um tipo bem estranho de matéria: a matéria escura, que contém esquisitices como os buracos negros, sobre os quais sabemos bem pouco. 

Nós - as coisas feitas de átomos, como pessoas, planetas, estrelas e galáxias - não passam de 4% do total. Essa é a verdadeira medida da nossa insignificância cósmica.

O mais chocante é descobrir a essa altura dos acontecimentos, que somos grãos de poeira suspensos entre o nada. Não é muito fácil explicar o que isso significa. A saída é imaginar que o nada está embutido dentro do próprio espaço. Cada grama da matéria está permeado por uma imensidão invisível de nada. 

Pense em uma malha muito fina escondida em baixo de cada trilionésimo de milímetro do Cosmo e que atravessa tudo, inclusive nossos corpos. Com um detalhe: essa malha é totalmente imperceptível e inofensiva em condições normais, mas é muito maior do que o que está em “cima” dela. Caso contrário, não teria o peso que tem. Os cientista costuma descrevê-la como um abismo imenso, escavado sob cada ponto do espaço. E até eles ficam assustados com essa imagem.

“Quem garante que, neste exato momento, o Universo não está prestes a ser tragado para dentro desse vazio”. Afirma o astrônomo americano Sten Odenwald, com a preocupação típica de quem sabe demais. “E se algum acidente nos laboratórios nos atirar para dentro do nada?” Odenwald é autor de um dos muitos livros recentes, todos escritos por cientistas perplexos com essa nova e contraditória cara da realidade. 

Logo na abertura do seu livro (Patterns in the Void) ou Padrões no Vácuo, inédito no Brasil, ele compara a descoberta do nada às “constelações negras dos Incas - que em vez de traçar desenhos do céu ligando as estrelas, admiravam e temiam as manchas escuras do céu, formada pelas áreas sem estrelas. Estaríamos agora numa situação parecida: 

Passamos séculos estudando pontos de luz, para agora descobrir que eles são meras exceções num Cosmo repleto de sombra.





Fonte:  Revista  Superiteressante  ed. 196  Janeiro  2004

1 comentário:

  1. Esse texto,li-o na revista "Superinteressante", de janeiro de 2004.Gostaria de saber se, passados tantos anos, houve mudança na teoria,então, apresentada.

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